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Sono e relação com obesidade e saúde em crianças e adolescentes
Os padrões de sono dos brasileiros modificaram-se nos últimos anos. Em pesquisa realizada Universidade de Michigan, nos EUA, foi verificado que os brasileiros estão entre os que têm uma noite de sono mais curta e costumam dormir por volta das 23h40.
As crianças estão seguindo os padrões dos adultos e adquirindo o hábito de dormirem tarde. No entanto esta prática traz sérios riscos para a saúde, dentre eles obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.
Um estudo recente publicado na revista Springler, mostrou os efeitos do horário tardio para dormir na glicose salivar e obesidade abdominal em crianças. Isso porque há evidências de que o sono noturno retardado pode prejudicar a função endócrina, interferir no metabolismo da glicose e promover o aumento de peso anormal, independentemente da ingestão calórica.
Foram estudadas 6316 crianças do Kuwait com idade de 8 a 14 anos entre os anos de 2012 e 2014. Os sujeitos tiveram mensurados o peso e a circunferência da cintura e passaram por entrevista de sono, além de terem a amostra de saliva colhida.
Após análise estatística, o estudo mostrou como resultado que há uma relação entre a hora de dormir e a circunferência da cintura. Ou seja, aqueles que ao longo do tempo dormiram em horário mais tarde, tiveram um aumento significativo na circunferência da cintura.
Além da relação do horário de dormir com problemas de saúde, a quantidade de horas de sono também podem influenciar na saúde e obesidade. A Academia Americana de Medicina do Sono alerta que o sono insuficiente também aumenta o risco de acidentes, lesões, hipertensão, obesidade, diabetes e depressão.
Não apenas dormir pouco traz prejuízos para a saúde. Dormir regularmente além das horas recomendadas pode estar associado com hipertensão, diabetes, obesidade e problemas de saúde mental.
As recomendações de horas de sono regular de acordo com a Academia Americana de Medicina do Sono são:
– Crianças de 1 a 2 anos de idade devem dormir de 11 a 14 horas;
– As crianças de 3 a 5 anos de idade devem dormir de 10 a 13 horas;
– Crianças de 6 a 12 anos devem dormir de 9 a 12 horas por 24 horas;
– Adolescentes de 13 a 18 anos de idade devem dormir 8 a 10 horas;
O sono saudável, além de diminuir o risco para problemas de saúde como obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis, está associado a benefícios à saúde, incluindo: atenção melhorada, comportamento, aprendizado, memória, regulação emocional, qualidade de vida e saúde mental e física.
Desta forma, atenção deve ser dada ao sono das crianças e adolescentes a fim de diminuir o risco de obesidade infantil e complicações para a saúde. Pais e cuidadores devem ajudar as crianças a obter uma duração adequada do sono.
Referências:
Alqaderi, H., Redline, S., Tavares, M., & Goodson, J. M. (2017). Effect of late bedtime on salivary glucose and abdominal obesity in children. Sleep and Biological Rhythms, 1-7.
Paruthi S, Brooks LJ, D’Ambrosio C, Hall WA, Kotagal S, Lloyd RM, Malow BA, Maski K, Nichols C, Quan SF, Rosen CL, Troester MM, Wise MS. Recommended amount of sleep for pediatric populations: a consensus statement of the American Academy of Sleep Medicine. J Clin Sleep Med 2016;12(6):785–786.
BBC. Brasileiros estão entre os que menos dormem, revela estudo sobre padrões de sono no mundo. Disponível em: < http://www.bbc.com/portuguese/geral/2016/05/160506_padrao_sono_mundo_rb>. Acesso em 23 out. 2017.
Lasanha Nutritiva
INGREDIENTES
– 1 pacote de massa para lasanha (500g)
– 2 colheres (sopa) de azeite
– ½ cebola picada
– 1 tomate picado
– ½ Kg de carne moída
– ½ chuchu ralado em ralo grosso
– ½ abobrinha média ralada em ralo grosso
– ½ cenoura média ralada em ralo grosso
– ½ berinjela picada em cubos bem pequenos
– ½ pimentão picado em cubinhos pequenos
– Salsinha e cheiro verde a gosto
– Sal e pimenta do reino a gosto
– 300ml de molho de tomate
– 1 litro de água
– 400g de queijo mussarela
– Orégano e queijo parmesão a gosto
MODO DE PREPARO
01. Em uma panela refogue uma parte da cebola em 1 colher (sopa) de azeite.
02. Acrescente a cenoura e o pimentão e refogue.
03. Em seguida, adicione a berinjela, a abobrinha e o chuchu e refogue mais um pouco. Reserve.
04. Em outra panela, coloque o restante da cebola e do azeite e refogue.
05. Acrescente o tomate, a carne moída e os temperos a gosto e deixe cozinhar.
06. Adicione os legumes refogados e misture bem. Reserve.
07. Em uma panela grande, aqueça em fogo baixo o molho de tomate e a água. Tempere o molho a gosto com sal.
08. Em uma assadeira disponha uma camada do molho suficiente para cobrir o fundo e por cima monte uma de macarrão. Em seguida acrescente mais uma camada de molho, espalhe o refogado de carne com os legumes e distribua por cima as fatias de queijo mussarela.
09. Repita as camadas até encher a assadeira. Salpique queijo parmesão ralado e orégano por cima.
10. Cubra a assadeira com papel alumínio e leve em forno médio preaquecido pelo tempo indicado no rótulo do macarrão.
Circunferência do pescoço e associação com risco cardiometabólico em crianças e adolescentes
As doenças cardiovasculares se desenvolvem de forma silenciosa na infância e adolescência, o que torna importante avaliar os fatores de risco para aterosclerose nesta fase da vida1.
A circunferência do pescoço (CP) é uma ferramenta clínica de fácil utilização para indicar risco cardiometabólico em crianças e adolescentes. Tem por vantagem uma boa confiabilidade inter e intra observador, não ter variação influenciada pelo horário de avaliação, ser aferida em superfície mais estável e exposta do corpo, apresentar maior facilidade para o examinador e examinado e ter boa aceitação socialmente2.
Em comparação à medida da gordura da região abdominal, a circunferência do pescoço tem sido considerada um melhor parâmetro de avaliação do risco cardiometabólico, muito provavelmente pela região superior do corpo ser responsável por uma maior liberação de ácidos graxos livres do que a região central, principalmente em indivíduos obesos3,2.
A literatura científica começou a associar a CP com a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS), doença respiratória fortemente relacionada com resistência à insulina, fatores de risco cardiometabólico e síndrome metabólica. A obesidade causa acúmulo de gordura visceral e subcutânea, inclusive no pescoço, e a maioria dos pacientes com SAOS são obesos ou possuem sobrepeso. A partir destes resultados os estudos avançaram e várias pesquisas internacionais confirmam a associação da CP com fatores de risco cardiometabólico2.
Em estudo realizado com 4200 crianças e adolescentes de diferentes províncias do Irã concluiu que a circunferência do pescoço está associada a alguns fatores de risco cardiometabólicos, como elevação da pressão arterial e índice de massa corporal (IMC), baixas concentrações de lipoproteína de alta densidade (HDL-c), obesidade abdominal e síndrome metabólica. A pesquisa também constatou que 61% dos participantes do estudo apresentaram fatores de risco cardiometabólicos3.
No Instituto Movere, que utiliza uma metodologia baseada em evidências científicas, a circunferência do pescoço é utilizada para avaliar o risco cardiometabólico nas crianças e adolescentes.
Dentre as crianças e adolescentes com excesso de peso avaliados ao ingressarem no programa de intervenção no ano de 2016, 69% apresentaram circunferência do pescoço elevada. Em 2017, valores elevados desta medida foram encontrados em 62% dos avaliados em outro grupo ingressante no programa.
Sendo assim, a circunferência do pescoço é uma variável de suma importância na avaliação da presença de risco cardiometabólico em crianças e adolescentes, especialmente entre os que apresentam excesso de peso. Diagnosticar e monitorar a melhora desta medida antropométrica é uma das ações que o Instituto Movere adota em seus programas de intervenção para prevenção e tratamento da obesidade infantil.
Referências
- MIRANDA, Valter Paulo Neves et al. Associação entre o estilo de vida e a composição corporal com os fatores de risco para as doenças cardiometabólicas, microbiota intestinal e imagem corporal de adolescentes do sexo feminino. 2017.
- SOUZA, M. F. C. Identificação de pontos de corte da circunferência do pescoço para determinação dos níveis de excesso de peso e predição do risco cardiometabólico em adolescentes. Tese (doutorado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Sergipe, 2016.
- KELISHADI, Roya et al. Association between neck and wrist circumferences and cardiometabolic risk in children and adolescents: The CASPIAN-V study. Nutrition, v. 43, p. 32-38, 2017.
Crianças com problemas de peso tem alto risco de problemas emocionais e comportamentais
Um novo estudo publicado no BMJ Open, realizado com crianças e adolescentes na Nova Zelândia apontou que a saúde emocional e o bem estar das crianças com problemas de peso são em média piores do que a das crianças sem problemas de peso.
Os pesquisadores encontraram um nível significativo de problemas emocionais e comportamentais e relataram que esses achados destacam a importância de que os programas de obesidade envolvam psicólogos.
Foram avaliadas 233 crianças e adolescentes com faixa etária entre 4 a 16 anos em um programa de intervenção de 12 meses. Estes participantes apresentavam IMCs na faixa obesa clinicamente, e muitos tiveram problemas de saúde relacionados ao peso.
Tanto os pais quanto as crianças preencheram versões separadas de um questionário que mede a “qualidade de vida relacionada à saúde”. Os pais (ou as crianças com idade superior a 11 anos) preencheram um segundo questionário para detectar dificuldades comportamentais e emocionais, como ansiedade, problemas de sono e agressão.
Os pesquisadores encontraram:
• 44% das crianças no estudo tiveram escores que indicam uma alta probabilidade de problemas emocionais e comportamentais, seis vezes a taxa tipicamente encontrada em jovens;
• 28% apresentaram escores que indicam uma alta probabilidade de dificuldades psicológicas suficientemente graves para justificar a intervenção;
• Em média, a qualidade de vida das crianças relatada por seus pais era comparável à das crianças e adolescentes diagnosticados com câncer, e menor do que um grupo de comparação de crianças que vivem com condição de saúde crônica como a diabetes tipo 1, que exige testes diários e tratamento;
• Quanto maior o IMC dos participantes, menor é a sua qualidade de vida;
• A qualidade de vida reportada foi menor nos participantes que experimentaram pausas respiratórias (ligadas a uma condição de sono chamada apnéia obstrutiva do sono), dores de cabeça, dificuldade em dormir e / ou problemas de desenvolvimento;
• A própria obesidade, ao invés de etnia ou dificuldades financeiras, pareceu ser o principal fator contribuinte para a menor qualidade de vida dos jovens nesta coorte;
“Este estudo destaca que uma grande proporção de crianças e adolescentes que lutam com problemas de peso também são altamente susceptíveis de serem afetados por problemas psicológico e por sua vez, menor qualidade de vida”, diz o Dr. Yvonne Anderson, pesquisador e autor do estudo.
“No entanto, é importante notar que esses resultados provêm de um grupo que buscava ajuda com o seu peso, então esses achados não podem ser generalizados para todos os que têm obesidade”, diz ela.
“Esperamos que essas descobertas sirvam de lembrete de que todos precisamos trabalhar para reduzir o estigma associado à obesidade. É realmente importante que não vejamos a obesidade como uma única condição. Tem muitos fatores contribuintes, que pode afetar os indivíduos de diversas maneiras. E realizar avaliações respeitosas, não julgadoras e individualizadas é fundamental para qualquer tipo de engajamento significativo “.
O estudo foi uma colaboração entre o Instituto Liggins, com sede na Universidade de Auckland, Taranaki District Health Board e Sport Taranaki, com financiamento do Health Research Council.
Mais informações: Yvonne C Anderson et al. Assessment of health-related quality of life and psychological well-being of children and adolescents with obesity enrolled in a New Zealand community-based intervention programme: an observational study, BMJ Open (2017). DOI: 10.1136/bmjopen-2016-015776
Yvonne C. Anderson et al. Physical activity is low in obese New Zealand children and adolescents, Scientific Reports (2017). DOI: 10.1038/srep41822
Uma vez que as células de gordura são formadas você pode se livrar delas?
De acordo com uma matéria do Blog Well do The New York Times, o número de células de gordura no corpo de uma pessoa parece ser capaz de mudar em apenas uma direção: para cima. O número de células gordas aumenta ao longo da infância e adolescência e geralmente se estabiliza na idade adulta.
Mas isso não significa que as células de gordura, ou adipócitos, estejam estagnadas. O tamanho das células de gordura individuais é notavelmente variável, expandindo-se e contraindo com ganho de peso ou perda de peso. E, como acontece com a maioria dos tipos de células no corpo, os adipócitos morrem eventualmente.
“Normalmente, quando os adipócitos morrem, eles são substituídos por novas células de gordura”, disse o Dr. Michael Jensen, um pesquisador de endocrinologista e obesidade na Mayo Clinic. A morte e a produção celular parecem estar estreitamente acopladas, então, embora cerca de 10 por cento dos adipócitos morram a cada ano, eles são substituídos na mesma taxa.
Mesmo entre os pacientes com cirurgia bariátrica, que podem perder quantidades maciças de peso, o número de células de gordura tende a permanecer o mesmo, embora as células diminuam de tamanho, mostram estudos.
A lipoaspiração reduz o número de células de gordura no corpo de uma pessoa, mas estudos mostram que o peso perdido geralmente é recuperado dentro de um ano. Não se sabe se esta recuperação ocorre através da produção de novas células de gordura ou expansão das existentes.
As pessoas que são obesas tendem a ter mais células de gordura do que as que não são, e vários estudos encontraram um aumento no número de células de gordura com o peso recuperado após a perda de peso.
O fato de que o número de células de gordura pode ser aumentado, mas não diminuiu, provavelmente contribui para a movimentação do organismo em recuperar peso após a perda de peso, disse a Dra. Kirsty L. Spalding, bióloga celular do Instituto Karolinska na Suécia e principal autora do estudo, mostrando que as células de gordura morrem e são substituídas. Além de seu papel no armazenamento de gordura, os adipócitos secretam proteínas e hormônios que afetam o metabolismo energético.
“Após a perda de peso, os adipócitos tornam-se menores, geralmente menores que os de pessoas como mesmo “IMC”, disse a Dra. Spalding. Uma hipótese é que essas células menores podem enviar sinais para aumentar o armazenamento de apetite e gordura, o que poderia ajudar a explicar por que a perda de peso é tão difícil de manter, embora ainda seja necessária muita pesquisa.
Fonte: https://well.blogs.nytimes.com/2017/02/17/are-fat-cells-forever/
Resultado Parcial das Avaliações do Projeto Judô de 2017
Com a mudança de comportamento e estilo de vida as crianças e adolescentes que participam do programa do Instituto Movere obtiveram melhora significativa na antropometria e composição corporal, com redução dos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis. A literatura evidencia que esse conglomerado de fatores de risco aumenta significativamente as chances de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo II. A melhor maneira de prevenir essas doenças é conseguir manter um peso saudável, melhorar a alimentação e permanecer fisicamente ativo.
REFERÊNCIA
SABOYA, Patrícia Pozas et al. Intervenção de Estilo de Vida na Síndrome Metabólica e seu Impacto na Qualidade de Vida: Um Estudo Controlado Randomizado. Arq Bras Cardiol, v. 108, n. 1, p. 60-69, 2017.
Exercício na gravidez contribuindo para filhos mais fisicamente ativos.
Olha aí que estudo interessante realizado pelos pesquisadores do Baylor College of Medicine.
Os pesquisadores descobriram que os ratos fêmeas que se exercitaram voluntariamente durante a gravidez possuem descendentes que são mais fisicamente ativos como adultos. A pesquisa aparece no The FASEB Journal.
Dr. Robert A. Waterland, professor associado de pediatria – nutrição e de genética molecular e humana no USDA / ARS Children’s Nutrition Research Center em Baylor e autor principal deste trabalho, observou que, embora sua pesquisa estudasse ratos, “vários estudos humanos têm resultados consistentes com os nossos”.
Por exemplo, estudos observacionais descobriram que as mulheres que são fisicamente ativas quando estão grávidas têm filhos que tendem a ser mais fisicamente ativos. Mas esses resultados podem ser atribuídos à influência das mães sobre as crianças depois que elas nasceram. Ou, as mães poderiam passar para a sua prole uma predisposição genética para serem fisicamente ativas.
Os pesquisadores descobriram que os ratos nascidos de mães que se exercitaram durante a gravidez eram cerca de 50% mais fisicamente ativos do que aqueles que haviam nascido de mães que não faziam exercício. Outro fator importante foi o aumento da atividade que persistiu na idade adulta, e que melhorou a capacidade destes de perder gordura durante um programa de exercícios voluntários de três semanas.
Este estudo apoia a ideia de que o exercício durante a gravidez influencia o desenvolvimento do cérebro fetal, tornando a prole a ser mais fisicamente ativa ao longo da vida. “Embora a maioria das pessoas assuma que a tendência de um indivíduo a ser fisicamente ativo é determinada pela genética, nossos resultados mostram claramente que o meio ambiente pode desempenhar um papel importante durante o desenvolvimento fetal”, disse Waterland.
Se um efeito semelhante pode ser confirmado em pessoas, ele poderia representar uma estratégia eficaz para contrariar a atual epidemia mundial de inatividade física e obesidade.
O aumento da atividade física tem implicações importantes para a saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a atividade física insuficiente é um dos 10 principais fatores de risco para a morte em todo o mundo.
Vários grupos de especialistas, incluindo o American College of Obstetricians and Gynecologists, já recomendam que, na ausência de complicações, as mulheres grávidas devem fazer 30 minutos ou mais de exercício moderado por dia. “Eu acho que nossos resultados oferecem uma mensagem muito positiva”, disse Waterland. “Se as mães grávidas souberem que o exercício não é apenas bom para seus bebês, mas que também pode oferecer benefícios ao longo da vida acho que estarão mais motivadas a mudar os hábitos de atividade física”.
Também contribuíram para este trabalho, Jesse D. Eclarinal, Shaoyu Zhu, Maria S. Baker, Danthasinghe B. Piyarathna, Cristian Coarfa e Marta L. Fiorotto, todos de Baylor.
Obesidade e diabetes – O que devo saber?
Pesquisa realizada pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC). Living with Diabetes, mostrou que o impacto da diabetes vai além da hiperglicemia crônica. O diabetes é a principal causa de cegueira (retinopatia diabética), doenças renais do estágio final (nefropatia diabética) e amputações não traumáticas das extremidades inferiores (neuropatia diabética) em adultos. As pessoas com diabetes também são duas a quatro vezes mais propensas a sofrer complicações cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais.
A Diabetes e suas complicações relacionadas resultam em mais de 200.000 mortes cada ano, tornando a diabetes uma das principais causas de mortalidade nos EUA. Em 2012, o NIH relatou uma estimativa de 29,1 milhões de americanos (9,3% da população) que vivem com diabetes. Destes, cerca de 8,1 milhões de pessoas desconheciam que tinham a doença.
E porque estamos falando sobre isto? Porque seu peso pode estar relacionado com a diabetes tipo 2.
Existem muitos fatores de risco para diabetes tipo 2, como idade, raça, gravidez, estresse, certos medicamentos, genética ou história familiar, colesterol elevado e obesidade. No entanto, o melhor preditor de diabetes tipo 2 é sobrepeso ou obesidade. Quase 90% das pessoas que vivem com diabetes tipo 2 estão acima do peso ou têm obesidade.
O que você pode fazer para prevenir a diabetes?
O diabetes 2 é bastante evitável. Estudos descobriram que mudanças de estilo de vida e pequenas quantidades de perda de peso na faixa de 5-10% podem prevenir ou retardar o desenvolvimento de diabetes tipo 2 entre adultos de alto risco. As intervenções de estilo de vida, incluindo dieta e atividade física moderada a intensa (como caminhar por 150 minutos por semana) foram utilizadas nestes estudos para produzir pequenas quantidades de perda de peso. O desenvolvimento do diabetes foi reduzido de 40% para 60% durante esses estudos, que durou três a seis anos. Prevenir o ganho de peso, aumentar os níveis de atividade e trabalhar com pequenas quantidades de perda de peso se você estiver com excesso de peso pode ter um grande impacto na probabilidade de desenvolver diabetes no futuro. Até agora, o gerenciamento de peso é a melhor coisa que você pode fazer para evitar o desenvolvimento de diabetes.
O que você pode fazer se você já tiver diabetes?
Pequenas quantidades de perda de peso (perda de 10 quilos ou mais) podem diminuir as quantidades dos medicamentos necessários para manter seus níveis de açúcar no sangue dentro de um intervalo saudável, reduzindo os níveis de glicose no sangue, além disso, reduz o risco de complicações diabéticas. Em última análise, uma melhor nutrição, aumento da atividade física e controle dos níveis de glicose no sangue podem atrasar a progressão do diabetes e ajudar a prevenir as complicações associadas à doença.
http://www.cdc.gov/diabetes/living/index.html
The National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK).
Statistics on Diabetes: www.diabetes.niddk.nih.gov/dm/pubs/statistics/http://www.diabetes.niddk.nih.gov/dm/pubs/statistics/ Last updated February 2015.
Impacto do Projeto Núcleo de Atenção Contra a Violência em Crianças e Adolescentes Obesos sobre Variáveis Antropométricas em Crianças e Adolescentes com Sobrepeso e Obesidade
Profa. Dra. Vera Lúcia Perino Barbosa
Pós-graduanda Tatiana Silva Damasceno
A obesidade é considerada um problema de saúde pública no Brasil e em diversos países. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que em todo o mundo a prevalência de obesidade quase dobrou desde 19801. Na população infantil a prevalência da obesidade também tem aumentado em diversos países do mundo, inclusive no Brasil, o que está estritamente relacionado a mudanças no estilo de vida e nos hábitos alimentares2.
Programas de mudança de estilo de vida e a consequente criação de um ambiente favorável à saúde e à promoção de práticas alimentares e estilo de vida saudáveis se apresentam como importantes estratégias para enfrentar problemas alimentares e nutricionais como obesidade e doenças crônicas não transmissíveis associadas2.
O projeto Núcleo de Atenção Contra a Violência em Crianças e Adolescentes Obesos, realizado pelo Instituto Movere, tem esta proposta com atendimentos semanais em grupo com atividade física, programa de reeducação alimentar, dinâmicas de psicologia e suporte do serviço social e jurídico.
O acompanhamento da evolução dos participantes do projeto acontece mensalmente por meio do monitoramento do peso e altura para determinação do IMC (Índice de Massa Corporal), além de outras medidas antropométrica, como circunferências do pescoço, cintura e abdome. Os dados de melhora do 2º trimestre do projeto estão apresentados na Tabela 1.
A classificação do IMC pelas curvas da OMS é o parâmetro utilizado para determinar o estado nutricional de crianças e adolescentes3. Desta forma, a diminuição do IMC indica melhora do quadro de sobrepeso e obesidade, assim como a manutenção do seu valor aponta para o controle da progressão da doença, visto que nos últimos anos o IMC tem se deslocado ascendentemente na população, ou seja, crianças classificadas como obesas tem se tornado mais obesas ainda3. No Brasil essa tendência ascendente está indo de 0,4% para 5,9% no sexo masculino e de 0,7% para 4,0% no sexo feminino, comparando os mesmos períodos4. Em nossos resultados 79% das crianças e adolescentes atendidos melhoraram ou estabilizaram o valor do IMC no trimestre, mostrando o impacto positivo do programa sobre esta variável antropométrica e no controle da progressão da obesidade infantil na população estudada.
Mais recentemente a circunferência do pescoço (CP) tem sido proposta por vários autores como uma forma eficaz, de baixo custo e facilmente aplicável para avaliar a distribuição de gordura da parte superior do corpo, permitindo identificar as crianças em risco de desenvolver condições relacionadas com a obesidade central, tendo a vantagem de não sofrer variação no tamanho ao longo do dia, como pode acontecer com outras medidas corporais5. A CP elevada tem sido associada com diversas complicações metabólicas, como em estudo com 699 escolares que encontrou associação positiva entre elevada CP com glicemia de jejum, triglicérides, pressão sistólica e diastólica, proteína C-reativa, insulina e HOMA-IR6. A diminuição da circunferência do pescoço observada em 69% do grupo avaliado no projeto, podendo ser associado com diminuição de fator de risco para doenças cardiovasculares (DCV).
A gordura abdominal é reconhecida pelo seu papel no desenvolvimento de DCV. Diversos estudos recomendam o emprego desta medida como auxílio no diagnóstico precoce e na identificação daqueles candidatos em potencial a manifestarem os diferentes fatores de risco, como as dislipidemias, em adolescentes7. Com a intervenção do projeto, as medidas da região abdominal diminuíram no grupo, sendo a redução da circunferência da cintura em 67% do grupo e da circunferência abdominal em 55% das crianças e adolescentes. A melhora dessas medidas também aponta para o impacto do projeto sobre a diminuição de fatores de risco para o desenvolvimento e agravamento de DCV.
Desta forma, a intervenção do projeto Núcleo de Atenção Contra a Violência em Crianças e Adolescentes Obesos tem mostrado impacto positivo em curto prazo nas variáveis antropométricas das crianças e adolescentes e, consequentemente, melhora da obesidade e fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Tabela 1 – Percentual de participantes por indicador que melhoraram ou mantiveram os valores no trimestre. São Paulo, 2016.
Indicador |
Percentual de crianças e adolescentes que melhoraram |
IMC |
71% |
Circunferência do pescoço |
69% |
Circunferência da cintura |
67% |
Circunferência abdominal |
55% |
Referências Bibliográficas
- Cunha, Kelly Aparecida da, et al. “Calcium intake, serum vitamin D and obesity in children: is there an association?.” Revista Paulista de Pediatria33.2 (2015): 222-229.
- Fernandes, Patrícia S., et al. “Avaliação do efeito da educação nutricional na prevalência de sobrepeso/obesidade e no consumo alimentar de escolares do ensino fundamental.” J Pediatr 85.4 (2009): 315-21.
- Friedrich, Roberta Roggia. “Efeito de um programa de intervenção com educação nutricional e atividade física na prevenção da obesidade em escolares: um estudo controlado randomizado.” (2015).
- Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009: Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. 2010.
- Santos, Daniela dos, et al. “Neck circumference as a complementary measure to identify excess body weight in children aged 13-24 months.”Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil 15.3 (2015): 301-307.
- Gomez-Arbelaez, Diego, et al. “Neck circumference as a predictor of metabolic syndrome, insulin resistance and low-grade systemic inflammation in children: the ACFIES study.” BMC pediatrics 16.1 (2016): 1.
- Pavão, Fernando Henrique, et al. “Dislipidemia em adolescentes residentes em um município do Paraná e sua associação com a obesidade abdominal.”Revista da Educação Física/UEM 26.3 (2015).